Dia Nacional do Livro
Por Redação Gazeta Gaúcha/ Pelotas
Foto: Divulgação MEC
“A educação é um caminho para melhorar a vida das pessoas!” Foi com essa frase que a pedagoga e professora, Rita de Cássia Dias Leal, da Escola Estadual Embaixador Bilac Pinto, localizada em Aracaju, Sergipe, nos falou sobre como lecionar é muito mais do que a sua profissão, mas sim a sua verdadeira paixão.
Rita iniciou sua trajetória na educação como auxiliar de professora, com apenas 18 anos. E hoje, aos 50, acumula inúmeras experiências dentro e fora da sala de aula nesse ofício tão sublime que é ensinar.
Há 10 anos, a professora leciona na rede pública estadual de Sergipe, na região Nordeste do país, onde ensina jovens entre 10 e 12 anos, do 5º ano do Anos Iniciais do Ensino Fundamental.
Com 32 anos de experiência em sala de aula, a sergipana já teve a oportunidade de ensinar crianças e jovens de várias idades e de realidades muito diversas. Neste sentido, ela ressalta como a educação contribui diariamente para que as crianças e jovens possam entender o mundo e enfrentar os desafios futuros. “Como Paulo Freire diria, a educação liberta as pessoas, te tira de um estacionando e te leva adiante”, destacou a professora.
Com uma longa jornada na profissão, Rita já utiliza há alguns anos os materiais distribuídos pelo Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD), e explica a importância e o impacto desses livros na educação, com um destaque especial para o Manual do Professor, conteúdo voltado para orientar as práticas letivas e apoiar os professores na condução das aulas em sala.
“Usamos o PNLD – os livros – todos os anos, tanto os livros consumíveis (aqueles que os alunos podem fazer anotações), como aqueles não-consumíveis (que não podem ser riscados), e reconheço que eles – os livros – têm evoluído bastante em termos de contextualização, mas o melhor material que temos ainda é o Manual do Professor, que evoluiu muito e é importantíssimo, pois traz orientações para ampliar a experiência de ensino em sala de aula. O livro didático é mais um instrumento que nós, professores, temos, e é um dos principais, porém nós precisamos saber como utilizar esse material da melhor forma, por isso o Manuel do Professor se torna tão fundamental”, explica Rita.
O processo de escolha dos materiais do PNLD na escola onde Rita leciona conta sempre com a participação dos professores da unidade. Ela menciona que já fez parte de vários processos de seleção, muitas vezes participando das reuniões nos períodos e analisando os livros entregues pelas editoras para entender e decidir o que mais faz sentido para seus alunos.
O papel da escola
Um momento de alegria para seus alunos e alunas é a hora do “Baú da Leitura”, projeto que promove um dia na semana destinado à leitura de uma obra da escolha dos estudantes, e a professora ressalta o quanto eles gostam da iniciativa e são participativos. “Eles – os alunos – pegam o mesmo livro mais de uma vez, pois eles se reconhecem nas histórias, se identificam com elas. Hoje, muitos paradidáticos tratam de problemas atuais e sociais que geram essa identificação”, ressaltou a professora.
Para finalizar, Rita relembra um episódio recente, no qual uma aluna a abordou com o seguinte questionamento: “Tia, a gente pode ter um horário só para ler livros?”. Perguntas como essas mostram que a cultura da leitura está vivíssima em sala de aula e cabe a toda a rede envolvida fomentar e alimentar esse desejo nos pequenos e pequenas estudantes do Brasil.
Dia Nacional do Livro
Nesta terça-feira, 29 de outubro, é comemorado o Dia Nacional do Livro, uma data que homenageia o dia em que foi fundada oficialmente a Biblioteca Nacional do Brasil, localizada no Rio de Janeiro, ainda em 1810.
Programa Nacional do Livro e do Material Didático
Por meio do PNLD, o Ministério da Educação (MEC) e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) vêm executando um dos programas federais mais longevos da história do Brasil, que promove o acesso a livros para milhões de crianças, jovens e adultos do ensino público.
O programa compreende um conjunto de ações voltadas para a distribuição de obras didáticas, pedagógicas e literárias, entre outros materiais de apoio à prática educativa, destinados a alunos e professores das escolas públicas de educação básica do Brasil. Sendo assim, o PNLD é um dos principais suportes para a aprendizagem em todo o país.
Com 85 anos de atuação, o programa beneficia de forma sistemática, regular e gratuita não apenas escolas públicas, mas também instituições comunitárias, confessionais e filantrópicas conveniadas com o poder público. Além disso, o programa possui ações voltadas à acessibilidade, com materiais para estudantes com deficiência visual, com baixa visão ou disléxicos.
Já os livros que são destinados aos anos iniciais e finais do Ensino Fundamental e Médio estão disponíveis também no formato de livro digital, (ePUB), e podem ser acessados por todas as escolas que demandam esse tipo de atendimento.
Neste sentido, o trabalho executado pelo MEC e pelo FNDE são partes fundamentais no fomento à leitura em todo o país.
Somente para o ano letivo de 2024, o programa distribuiu 194,6 milhões de exemplares, tornando possível levar conhecimento e informação qualificada a mais de 31 milhões de estudantes. Tudo isso com um investimento de R$ 2,14 bilhões.
Entendendo o processo de seleção
O processo de adesão ao PNLD é aberto a todas as escolas federais, estaduais, municipais e do Distrito Federal interessadas em receber os materiais didáticos. As editoras, por sua vez, participam por meio de editais publicados no Diário Oficial da União, que detalham as regras para a inscrição dos livros didáticos.
A seleção dos materiais é feita pelas escolas com base no Guia do PNLD, que contém resenhas e informações pedagógicas sobre as obras aprovadas.
Após a escolha dos livros, o FNDE negocia diretamente com as editoras a produção e a distribuição dos materiais, processo que é facilitado pela parceria com a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) para a entrega direta às escolas.
Além da distribuição, o programa inclui etapas de remanejamento para ajustes conforme o censo escolar, campanhas de conservação para prolongar a vida útil dos livros e um sistema de devolução para reutilização dos materiais didáticos.