Governador assina ordem de início para obras de restauro e ampliação do Museu de História Julio de Castilhos
Por Redação Gazeta Gaúcha/ Porto Alegre/
Foto: Vitor Rosa/Secom
O governador Eduardo Leite assinou, nesta quarta-feira (30/10), a ordem de início das obras do Museu de História Julio de Castilhos (MHJC), instituição da Secretaria da Cultura (Sedac) localizada em Porto Alegre. O espaço será restaurado e ampliado com investimento de R$ 11.174.828,32 do programa Avançar na Cultura.
Na solenidade no Palácio Piratini, Leite destacou que, a partir das reformas estruturais que permitiram ao Estado retomar o equilíbrio das contas públicas e a capacidade de investimentos, a retomada de ações de conversação e a melhoria dos equipamentos de cultura passou a ser prioridade.
“Acreditamos muito no impacto positivo e verdadeiramente transformador da cultura, tanto sob o aspecto da preservação do patrimônio e da história quanto da repercussão social e econômica. Estamos falando de uma instituição que conta a história do Estado a partir de um personagem relevante, mas também da formação da nossa identidade”, ressaltou o governador.
“Estamos dando um passo que vai além de erguer paredes e restaurar edificações. As obras reafirmam nosso compromisso de honrar e preservar o patrimônio cultural do Estado e asseguram que futuras gerações possam viver e reviver nossa trajetória, reconhecendo a força das raízes que sustentam a identidade gaúcha”, disse a secretária da Cultura, Beatriz Araujo.
Recuperação e construção de espaços
Um dos focos do projeto é a restauração das duas edificações históricas que compõem o museu, as quais apresentam antigas infiltrações de umidade pela cobertura e pelas fundações. Os espaços serão recuperados para a instalação de áreas expositivas, administrativas e de apoio, como loja e café.
Além disso, será construído um prédio atrás de uma dessas edificações, chamada de Casa Amarela. O novo local abrigará uma reserva técnica, com controle de umidade e temperatura, garantindo as condições ideais de conservação do acervo da instituição, tombado em nível nacional.
As obras serão realizadas pela empresa Arquium – Construções e Restauro Ltda., contratada por inexigibilidade de licitação devido a sua ampla experiência e qualidade de execução. O prazo previsto de conclusão é de 24 meses.
O programa Avançar na Cultura prevê investimento total de R$ 136,4 milhões, abrangendo aportes em 22 instituições públicas culturais. Há iniciativas em andamento, como a finalização das obras do Theatro São Pedro e do Complexo do Multipalco, em Porto Alegre; e outras concluídas, como projetos sociais e programação da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa) e sete editais do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) em setores da economia criativa, além de capacitações, plataformas digitais e apoio aos territórios criativos para acelerar negócios no âmbito do RS Criativo.
Sobre a instituição
Localizado na rua Duque de Caxias, no Centro Histórico da capital, o MHJC é o mais antigo museu do Rio Grande do Sul. Mantém-se como instituição dedicada à memória, à história e ao testemunho de relevantes fatos políticos, sociais, culturais e econômicos do Estado.
Entre as exposições atuais, estão “Memória e Resistência”, que exibe diversas peças representativas de povos indígenas – com destaque para esculturas missioneiras –, e “Narrativas do Feminino”, sobre a participação e a importância das mulheres na sociedade.
A instituição foi idealizada pelo ex-presidente do Rio Grande do Sul Julio Prates de Castilhos e criada pelo decreto-lei nº 589, de 30 de janeiro de 1903. O documento foi assinado pelo então presidente do Rio Grande do Sul, Antônio Augusto Borges de Medeiros. Inicialmente denominado Museu do Estado, recebeu, em 1907, o nome Museu Julio de Castilhos, em homenagem ao político, falecido quatro anos antes.
Como primeira instituição museológica do Estado, possuía um acervo original que refletia o perfil eclético da época, incluindo artefatos indígenas, peças históricas e obras de arte, além de coleções de zoologia, botânica e mineralogia. Foi inicialmente instalado em dois pavilhões no Parque da Redenção.
Em 1937, o acervo do museu foi inscrito no Livro Tombo de Belas Artes da Subsecretaria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (atualmente Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan). No início dos anos 1950, com o desenvolvimento das ciências e da museologia, surgiram novas instituições específicas sobre temas antes contemplados pelo Julio de Castilhos, para as quais foram transferidos itens como obras de arte e coleções zoológicas, botânicas e mineralógicas.
Com isso, o museu passou a focar exclusivamente na preservação de acervo histórico de caráter regional, orientando suas aquisições e doações de acervo sobre três eixos: modos de vida, relações sociais de produção e história política do Rio Grande do Sul.
Desde o fim de 2023, a instituição passou a se chamar Museu de História Julio de Castilhos. O novo nome destaca seu papel na preservação da história e da identidade regional. A alteração foi acompanhada pelo lançamento de um logotipo atualizado do museu, com uma representação estilizada de sua fachada.