Produção de café especial no Brasil promove arte, arquitetura, cultura, história e sustentabilidade

Por Redação Gazeta Gaúcha/ Brasília/

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Parceria entre a Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) e a Embratur para 2024 ajudará a promover destinos históricos do país no exterior.

Fazer um café especial requer cuidados igualmente especiais, respeitando o cuidadoso processo de produção da semente: a proporção de mililitros de água para cada grama define, por exemplo, um sabor mais forte ou mais suave, e o Brasil é o país que tem a maior diversidade de percepções sensoriais de cafés especiais do mundo, conforme destacou o diretor executivo da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), Vinícius Estrela, em visita à Embratur na última quinta-feira (23).

Estrela se reuniu com a coordenadora de Cultura e Gastronomia da Embratur, Ana Paula Jacques, para acertar os últimos detalhes do plano de trabalho do acordo de cooperação entre a Agência e a BSCA para o ano de 2024. Em 2023, a associação e o órgão trabalharam em parceria nas galerias Visit Brasil na Europa e nos Estados Unidos, e em feiras de turismo internacional para apresentar os destinos turísticos do nosso país, a cultura, a gastronomia e o café para turistas do exterior.

Inseparável da história do Brasil, que segue como o maior produtor de café do mundo, o produto também é estratégico na promoção do turismo. Conforme explica Ana Paula Jacques, visitar uma fazenda produtora de café especial tem valor cultural semelhante às visitas turísticas a vinícolas, por exemplo. O desafio é apresentar esses destinos ao mundo e apresentar o país como o produtor de café especial e destino turístico que é. “Estamos fazendo esse trabalho, para colocar esses destinos na nossa oferta. A Colômbia, por exemplo, se apresenta como um país produtor”, lembra Ana Paula.

Cultura, história e sustentabilidade

Vinícius Estrela, por sua vez, destaca que o Brasil tem fazendas produtoras com prédios de mais de 300 anos de idade, com pinturas no teto e outros registros importantes. “São lugares lindos em que a história, a arte e a arquitetura se misturam com o café. Temos muitos destinos assim em Minas Gerais, e tornar esses locais conhecidos e atrativos para o turismo internacional estimula as prefeituras a recuperarem e participarem na conservação dessas fazendas, dessas histórias, da arte e da cultura”, explica.

Outro detalhe importante é que existe um mínimo de nove etapas na produção do grão de café, desde a colheita até a secagem, embalamento e transporte para que um grão específico seja considerado especial, e uma dessas etapas é que a produção precisa ser sustentável. A sustentabilidade dos destinos turísticos brasileiros é uma das estratégias da Embratur para a divulgação do Brasil no exterior. É uma forma de preservar a natureza, garantir a qualidade de vida das comunidades, atrair visitantes e posicionar o país no debate internacional sobre o aquecimento global.

Parceria

Além das parcerias com a BSCA nas galerias Visit Brasil, a Embratur também apresentou o café especial brasileiro em feiras de turismo internacional e a jornalistas estrangeiros que visitaram o Brasil. De acordo com Ana Paula, o próximo ano será de muito trabalho. “Começamos essa parceria com as ações nas galerias Visit Brasil e temos um plano longo para, a partir de 2024, conectar o café ao branding Brasil”, aponta.

A diretora de Marketing Internacional, Negócios e Sustentabilidade da Embratur, Jaqueline Gil, que também participou do encontro, ressalta que os produtos brasileiros também ajudam a promover o país no exterior. “Uma das nossas ações é voltar com a marca Brasil forte, não só nos serviços de turismo, mas também em produtos que representam a essência do brasileiro e do Brasil no exterior. E não dá pra falar de Brasil sem falar de café”, afirma.