Carnaval é muito mais divertido quando os cuidados com a saúde entram na folia
Dias de música, dança, liberdade e atenção. Para aqueles que irão aproveitar a folia na rua, junto aos filhos pequenos, a chefe da Divisão de Gestão do Cuidado e Apoio Diagnóstico e Terapêutico do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG-Unirio/Ebserh), Maria Marta Tortori, ressalta alguns cuidados básicos que se deve ter para ficarem apenas lembranças positivas desses momentos. Confira a seguir:
FANTASIA
Já na escolha da fantasia, deve-se ter atenção ao material utilizado, com a finalidade de escolher bem o tecido que se adapta ao seu filho(a) e que seja adequado ao clima. “As crianças gostam de super-heróis e a maioria é de manga comprida. Tente fazer uma adequação ao clima do Brasil, que é tropical e de calor. Além disso evite tecidos sintéticos, pois a criança acaba tendo dificuldade para a respiração da pele. Evitar, também, tecidos que causam incômodo, arranhadura e alergias”.
MAQUIAGEM
Olhe os componentes das tintas e maquiagens que for passar. “Todo mundo quer maquiar, pintar o rosto e o corpo, não há problemas. Pegue um batom ou tinta que já se saiba previamente que não há correlação com alergia. Existe hoje o glitter biodegradável. Tente utilizar maquiagens infantis, que já são previamente testadas, para não ter esse tipo de incômodo”.
FAIXA ETÁRIA
Procure blocos mirins, para faixa etária. “Existem blocos de manhã, existem alguns até pela tarde e outros que são organizados de maneira fechada, em clubes, em shoppings. Não vinculo tanto ao horário e sim mais a ser apropriado à frequência mirim. Claro que se pode levar o filho para outros blocos, mas é mais arriscado e, por isso, tente tomar algumas precauções como: buscar as laterais, não ir para o centro, local em que há a pista de rolamento do bloco”.
SOM ALTO
Caso esteja próximo a uma bateria, tenha cuidado com a proteção auditiva e procure usar um protetor auricular no filho(a): “Cuidado tanto com o tempo de exposição do som elevado quanto com o valor de decibéis que se toleram (no caso, até 100 decibéis, valor bastante ultrapassado em diversos blocos). Pode causar problemas muito ruins, tanto para crianças quanto para os adultos. Existe protetor auditivo, por isso, leve. Ele(a) vai brincar da mesma maneira, vai escutar de alguma forma, mas vai estar atenuado o barulho. Mesmo que seja um bebê, pode colocar um algodão, tem espuma protetora. Existem várias modalidades para não ferir a orelha da criança”.
HIDRATAÇÃO E ALIMENTAÇÃO
Procure alimentos leves e se alimente, se possível, antes de ir para rua. “A criança deve se alimentar bem antes, mas é sempre bom levar naquela mochila uma fruta, um líquido que pode ser uma água ou um suco. Caso vá comer na rua, tente saber a procedência do alimento, não dá para oferecer qualquer coisa para a criança. Evite alimentos muito doces e refrigerantes, pois, devido à quantidade de açúcar, podem aumentar, ainda mais, a sede posteriormente”.
TEMPO DE PERMANÊNCIA NOS BLOCOS E PONDERAÇÃO
O tempo de permanência não pode estar vinculado diretamente ao tempo de duração de um bloco. Por exemplo, um bloco que dure quatro horas, não pode contar com uma criança sendo exposta por essas quatro horas. Faça um revezamento. Leve um pouco, volte e fique nesse movimento cíclico. Dessa maneira, todo mundo aproveita. “Até porque quando você decide ser pai/mãe você deve saber que tem uma mudança, temporariamente, da rotina e, por isso, deve-se buscar a adequação. Não sou favorável que a pessoa ache que a vida acabou por ter se tornado pai/mãe. Tem de haver uma ponderação. Tenho de ter saúde mental e se ela está ligada a bons divertimentos, principalmente com a família junto, vamos aos bloquinhos, mas não vá ficar seis, oito horas como se ficava antigamente, antes das crianças. Há um ressignificado do que é lazer, do que é felicidade, do que é harmonia na família. Está todo mundo feliz”.
ARBOVIROSES E EXPOSIÇÃO AO SOL
Lembrar que, por ser verão no Rio, existe o problema das arboviroses, por isso, “botar repelente, preocupar-se demais com a dengue, ainda mais agora que estamos com esse chamariz de casos da doença na população infantil. Usar protetor solar, pois os blocos são, na maioria, durante o dia. Mesmo que não haja sol, em virtude do mormaço, use protetor. Bote, também, um protetor físico, como boné”.
BRINCADEIRA E RESPEITO
A criança pode brincar e se divertir, mas sempre com a noção que seu divertimento não pode atrapalhar o dos demais, especialmente quando a brincadeira envolver artefatos do tipo spray de espuma, confete, serpentina “Tem de educar a criança. Quer brincar, tem de direcionar para o chão. Pois, caso contrário, pode atingir o olho de outra criança, adulto, idoso ou de quem estava sentado. Pode usar confete e serpentina, mas reforçando que jogar no rosto do outro não é legal.”
BRIGA E TUMULTO
Criança, bloco e bebida alcoólica não combinam e é totalmente irresponsável promover esse encontro. Evite, também, colocar as crianças nos ombros para atravessar multidões “Às vezes os responsáveis colocam as crianças nos ombros por questão de segurança, mas é um engano. Eventualmente você está no meio da multidão do bloco, na pista de rolamento, e colocou a criança acima do ombro, a criança vira alvo, o adulto perde o equilíbrio, ou seja, pode se tornar mais perigoso”.
IDENTIFICAÇÃO
Coloque algum identificador no seu filho(a) para caso ele se perca. “Levou criança para rua, local de grande movimento, botar pulseirinha de identificação. Evitar megablocos, claro. Colocar pulseirinha ou colar com um crachá de identificação caso necessário. Além disso, lembre-se que a criança tem de dormir e sua vontade tem de ser respeitada. Às vezes a criança está com sono, caindo nos ombros dos pais e eles continuam insistindo em ficar. Em alguns casos, procure uma sombra para a criança poder descansar um pouco”.
ADOLESCENTES
Com filhos já entrando na adolescência, a busca tem de ser essencialmente pelo diálogo, a estratégia é conversar. “O adolescente é atraído por experimentar sensações diferentes, então tente explicar que mesmo sabendo que o Carnaval é bom e dá para se aproveitar bastante, tem de ter atenção. Dê dicas de como se comportar durante alguns perigos iminentes, pois você não vai conseguir intervir de forma proibitiva. Oriente os meninos e as meninas para respeitar o corpo do outro. Temos de ensinar, principalmente, aos meninos crianças a respeitar as meninas, para justamente quando estiverem nessas bagunças saberem que o não é não”.
Sobre a Ebserh
O Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG-Unirio) faz parte da Rede Ebserh desde dezembro de 2015. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por: Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh)