Feminicídio Zero ganha força nos estádios de futebol

Redação: Gazeta Gaúcha / GZ1.com.br

Foto: Vitor Silva / Botafogo

Ações de alerta para enfrentar a violência contra as mulheres miram diálogo com os homens, aliados na causa.

O enfrentamento à violência contra as mulheres foi tema no clássico Botafogo e Flamengo disputado pelo Campeonato Brasileiro no domingo (18/8). Os jogadores do Botafogo posaram no gramado do Estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro, com a faixa Feminicídio Zero – Nenhuma violência contra a mulher deve ser tolerada, campanha do Ministério das Mulheres com a Secretaria de Comunicação da Presidência da República no Agosto Lilás, mês dedicado à conscientização contra a violência de gênero.

Ao longo de toda a partida, o telão de LED do estádio exibiu o selo da campanha e o Ligue 180 (Central de Atendimento à Mulher), canal de informações do Governo Federal para orientar sobre direitos, serviços e receber denúncias de agressões. A transmissão foi uma parceria entre Ministério Mulheres, Ministério da Justiça e Segurança Pública e Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Na véspera do jogo, os ministérios e a CBF realizaram uma postagem conjunta nas redes sociais sobre a iniciativa.

A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, esteve presente no estádio e concedeu uma entrevista à TV Botafogo sobre a importância de debater o tema no ambiente do futebol, espaço majoritariamente frequentado por homens. A ministra relatou que a iniciativa teve início inspirada no dado de que a violência contra as mulheres cresce em dias de jogos. Pesquisa realizada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública em parceria com o Instituto Avon em 2022 revela que o registro de boletins de ocorrência de ameaça aumenta 23,7%. Já os registros de lesão corporal sobem 25,9% quando a partida acontece na própria cidade.


“O Estado tem um papel essencial em construir políticas públicas para evitar que as violências aconteçam e acolher as mulheres quando elas ocorrem, mas infelizmente sozinhos não daremos conta de acabar com o problema. É necessário que toda a sociedade faça parte dessa mobilização não tolerando mais nenhum tipo de agressão contra meninas e mulheres, intervindo quando for necessário, buscando ajuda. Queremos construir um ambiente seguro para todas nós e, para isso, é muito importante que os homens sejam aliados e estejam do nosso lado”, afirmou a ministra


Também acompanhou a ação do Feminicídio Zero no Estádio Nilton Santos o secretário nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor do Ministério do Esporte, Athirson Mazzoli, ex-jogador e ex-treinador de futebol. O Ministério do Esporte aderiu à Articulação Nacional pelo Feminicídio Zero em julho. “O esporte é uma ferramenta poderosa de transformação social. E podemos utilizar no combate a todas as formas de violência, especialmente aquela que vitimiza tantas mulheres em nosso país. O feminicídio é uma realidade cruel que não podemos aceitar”, disse o ministro André Fufuca.

Feminicídio Zero

Lançada pelo Ministério das Mulheres, a campanha Feminicídio Zero – Nenhuma violência contra a mulher deve ser tolerada marca o aniversário de 18 anos da Lei Maria da Penha, no mês dedicado à conscientização para o fim da violência contra a mulher, o Agosto Lilás.

A campanha faz parte de uma mobilização nacional permanente do Ministério das Mulheres, envolvendo diversos setores do país no compromisso de pôr fim à violência contra as mulheres, em especial aos feminicídios, a partir de diversas frentes de atuação (comunicação ampla e popular, implementação de políticas públicas, engajamento de atores diversos). Ag GOV