Ministério da Gestão apresenta iniciativas brasileiras em evento sobre o futuro dos governos realizado em Dubai
Entre os dias 12 e 14 de fevereiro, o secretário de Gestão e Inovação (Seges) do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), Roberto Pojo, representou o governo brasileiro no evento World Government Summit 2024 (Cúpula Mundial dos Governos 2024 – WGS, na sigla em inglês), realizado em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. A experiência com o Programa de Gestão e Desempenho (PGD) foi um dos temas apresentados a líderes mundiais presentes na ocasião.
O evento reuniu 120 delegações governamentais e contou com a presença de 27 chefes de mais de 85 organizações internacionais e regionais, além de intelectuais e lideranças do setor privado de todo o mundo. O objetivo foi discutir e explorar soluções inovadoras para desafios futuros a serem enfrentados pelos governos, com foco em temas como aceleração e transformação governamental, inteligência artificial, sustentabilidade, educação, urbanização e saúde.
O Brasil se destacou compartilhando com outros países iniciativas que têm sido bem-sucedidas no campo da inovação governamental no país: o PGD, modelo de gestão do trabalho com foco em resultados e na qualidade das entregas dos serviços prestados à sociedade, e a plataforma GOV.BR, que tem transformado a relação entre o setor público e os cidadãos. “Considero este evento uma excelente oportunidade para trazer duas importantes experiências do governo federal brasileiro para a modernização do Estado”, afirmou Roberto Pojo em seu discurso.
Para ele, participar das discussões sobre ferramentas e políticas que moldam o desenvolvimento dos governos do futuro é relevante tanto para mostrar o que o Brasil tem feito de inovador quanto para buscar inspiração no que tem sido realizado ao redor do mundo. “Certamente, conhecer outras iniciativas de modernização do serviço público e compartilhar ideias sobre isso com outros países que também estão conectados com o futuro do trabalho enriquecerá a iniciativa brasileira”, completou.
Futuro do trabalho
O secretário Roberto Pojo marcou presença em três sessões, sendo duas mesas redondas e uma mesa redonda ministerial promovida pelo Conselho Nacional de Secretários de Estado da Administração (Consad).
No primeiro dia, participou como palestrante da mesa “The Future of Government Human Resources Lab” (Laboratório do Futuro dos Recursos Humanos Governamentais), apresentando o Programa de Gestão e Desempenho como uma ferramenta que promove a mensuração das atividades realizadas pelos servidores públicos com foco na entrega por resultados, estimula a cultura de planejamento institucional e otimiza a aplicação de recursos públicos.
Ao contextualizar os novos arranjos de trabalho viabilizados pelo PGD, Pojo fez referência a uma ruptura cultural vivenciada durante a pandemia de Covid-19, que levou órgãos e entidades a repensarem o modelo convencional de gestão do trabalho na Administração Pública federal. “A pandemia nos mostrou que o futuro do trabalho deve ter natureza flexível, e há uma clara necessidade de nos adaptarmos a essa realidade. Nesse sentido, o PGD chegou para revolucionar a cultura de gestão do trabalho no serviço público brasileiro, que passa a reconhecer que o trabalho é o que fazemos e não quando o fazemos ou para onde vamos”, afirmou.
Estiveram nessa rodada de discussões 16 autoridades representantes de mais 12 países , que puderam conhecer e trocar experiências sobre a metodologia brasileira e outras iniciativas nessa área.
Transformação digital
O primeiro dia também foi marcado por um debate promovido pelo Consad, entidade brasileira de direito privado, sem fins lucrativos, que reúne periodicamente representantes de todos os estados e do Distrito Federal para trocarem experiências e buscarem soluções criativas para o aperfeiçoamento da gestão pública no Brasil.
O processo de transformação digital no país, com ênfase na plataforma GOV.BR e na nova Carteira Nacional de Identidade, foi o centro das discussões do grupo, que contou com a participação de secretários estaduais, entre eles do Amazonas, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Piauí. O debate foi mediado por Roberto Pojo e Guilherme Almeida, diretor de programa na Secretaria Extraordinária para a Transformação do Estado (Sete) do MGI.
“As diferentes experiências estaduais de governo digital apresentadas no painel em Dubai mostram que há muitos desafios semelhantes, que poderão ser enfrentados no contexto da Estratégia Nacional de Governo Digital. A oportunidade desse diálogo internacional permite não só uma qualificada troca de experiências, como também apresenta para o mundo a qualidade das iniciativas públicas digitais brasileiras”, avaliou Guilherme.
Soluções tecnológicas
No segundo dia, Roberto Pojo participou da mesa redonda “Shaping Future Governments” (Moldando os Futuros Governos), durante a qual os países puderam mostrar suas visões sobre o uso de soluções tecnológicas, como a inteligência artificial, para a melhoria e modernização dos serviços públicos, além de compartilhar experiências, riscos e oportunidades vivenciadas no desenvolvimento e na utilização dessas ferramentas.
Na ocasião, o secretário apresentou a plataforma GOV.BR e a nova Carteira de Identidade Nacional, que está em fase de implantação e vinculará tanto a versão digital quanto o documento físico de identificação. Atualmente, o governo brasileiro alcançou 155 milhões de pessoas com contas GOV.BR. Por meio dela, os usuários podem acessar uma variedade de serviços públicos digitais. Ambos os projetos buscam promover maior transparência, participação cidadã e eficiência na Administração Pública federal.
Pojo também mostrou que o Brasil está engajado na formulação da Estratégia Nacional de Governo Digital (ENGD), que definirá diretrizes de transformação digital para níveis subnacionais e promoverá o uso da identificação digital e do portal GOV.BR para todos os estados e municípios do país. Outro desafio na agenda do governo brasileiro é a implementação do uso de inteligência artificial nas compras e contratações públicas e para a gestão do conhecimento através de chatbots.
Além do Brasil, outros 23 representantes de países dos cinco continentes estiveram presentes nessa mesa redonda.
Sobre o WSG
O World Government Summit é uma organização global, sem fins lucrativos, dedicada a moldar o futuro dos governos. Desde a sua criação, em 2013, defende a missão de explorar a agenda da próxima geração de governos, focando em aproveitar a inovação e a tecnologia para resolver os desafios universais que a humanidade enfrenta.
Neste ano, cerca de 200 palestrantes se dividiram em mais de 120 workshops e mesas redondas, distribuídos em 15 fóruns diferentes.
Por: Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI)