Suíça pressiona e envia mensagem ao Brasil pedindo que país ‘eleve presença’ em cúpula da Ucrânia
Às vésperas da cúpula na Suíça sobre a Ucrânia, o governo de Berna ainda insiste para que o Brasil tenha mais representatividade no evento, mesmo que Brasília já tenha sinalizado que, sem a presença da Rússia, a cúpula pela paz “não faz sentido”.
De acordo com a coluna de Jamil Chade no UOL, a Suíça enviou mensagens à cúpula da presidência de Luiz Inácio Lula da Silva, solicitando que o Brasil eleve sua participação na reunião convocada para os dias 15 e 16 de junho.
Nesta quinta-feira (13), Lula terá um encontro em Genebra com a presidente suíça Viola Amherd, e o tema deve voltar a ser tratado. O presidente desembarcou nesta manhã no país, onde fará um discurso na Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Em reuniões preparatórias, as autoridades suíças tentaram convencer Brasília de se engajar com uma delegação de alto nível ou que pelo menos estivesse presente na condição de observador.
No entanto, o temor do governo Lula é que essa condição seja ignorada no momento de se declarar as conclusões do encontro e anunciar quem estava presente. Isso poderia dar a impressão de que o Brasil apoiaria a iniciativa, relata a mídia.
O governo brasileiro justifica que, sem o Kremlin, não existe motivo para um encontro que serviria apenas para chancelar a posição de Vladimir Zelensky.
Em uma entrevista na quarta-feira (12), o assessor para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, reconfirmou a posição do Brasil.
“A ideia é a de enviar a embaixadora do Brasil na Suíça [Cláudia Fonseca Buzzi]. Existem muitos apelos [para que o Brasil eleve sua participação], mas não acho que tem como mudar. O vício de origem é a não participação da Rússia. O programa, ainda que modificado, ele se baseia no plano de [Vladimir] Zelensky de paz. Não é assim. O Brasil não fez nada para favorecer a Rússia, mas para favorecer a paz”, declarou o ex-chanceler, conforme noticiado.
Lula, escreve a mídia, já falou a Zelensky que não existe uma “negociação unilateral” para se chegar a um acordo que encerre o conflito.
Por esses motivos, o Brasil declinou o convite dos suíços para participar do evento. Além disso, havia determinado que nenhum ministro estaria presente. A única representação do Brasil será em nível de embaixador, um sinal claro de que o governo não quer chancelar o evento, analisa o colunista.
Durante as negociações para cúpula, os suíços , junto a outros governos europeus, ainda modificaram a programação para tentar convencer Brasil e outros emergentes a participar. Mas, ainda assim, a agenda continuou sendo baseada nos planos de Zelensky.
Fonte: Site/ Sputnik / Foto: Ricardo Stuckert / Foto: Sputnik