“Vamos recuperar a indústria brasileira”, garante o vice-presidente

O vice-presidente da República e titular do Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, destacou que o Brasil tem grande potencial e que a implementação da nova política de industrialização vai ampliar a produtividade, trazer inovação, sustentabilidade e apoiar a exportação, com a finalidade de gerar mais renda, emprego e reduzir os custos para o cidadão. Em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro desta quarta-feira (07/02), uma das iniciativas nesse sentido é o incentivo à produção interna de insumos para a nova composição do combustível brasileiro.

Segundo o vice-presidente da República, o Governo Federal está trabalhando para buscar aumentar o quantitativo de etanol de 27% para 30% na gasolina. Além do etanol  produzido a partir da cana-de-açúcar, ele disse que o Brasil tem como fonte o etanol que está sendo produzido a partir do milho, sendo que uma das grandes fábricas desse setor está instalada no Maranhão. Além do combustível, a indústria usa a massa proteica para fazer ração, bioeletricidade e óleo de milho. “Esse é um setor que cresce muito e que vai esparramar pelo Brasil. Já tem várias fábricas sendo inauguradas”, disse.

Alckmin destaca que a Nova Política Industrial é só o primeiro passo para recuperar o setor e que muitas estratégias estão sendo adotadas para ampliar a capacidade de geração de emprego e renda no País, entre elas o investimento de R$ 2 bilhões no programa Novo Brasil Mais Produtivo, para o impulsionar as micro, pequenas e médias empresas e indústrias brasileiras. As inscrições para receber o apoio estão abertas no site da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).

“Tivemos no Brasil, nos últimos anos, uma desindustrialização precoce e houve redução do parque industrial. No ano passado, esse setor já retomou com crescimento pequeno, mas positivo. E o presidente Lula lançou a Nova Indústria Brasil (NIB), que é fruto da participação do setor no Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial, retomado após sete anos”, disse o Alckmin.
A nova política é sustentada em quatro pilares. “Queremos uma indústria inovadora, sustentável, exportadora e produtiva para melhorar a eficiência”, explica.

Energia

Alckmin citou que Brasil é campeão no mundo em energia limpa. Segundo ele, em relação à energia elétrica, mais de 50% é hidroelétrica e 35% eólica e solar, sendo que o Nordeste, em especial, o Ceará, possui  energia eólica e solar em grande quantidade. “Uma outra rota tecnológica é o hidrogênio verde, que consiste na troca do carbono pelo hidrogênio. Vamos obter o hidrogênio da água”, disse.

No caso do biodiesel, ele citou que foi uma política que começou no primeiro mandato do presidente Lula. Ela foi iniciada com a inserção de 3% de óleo vegetal no diesel, por isso, chamado de B3. “Deu tão certo que chegou a B13, mas o governo anterior tinha reduzido para B10. Então, no ano passado retomamos para B12 e, agora, primeiro de março, será B14”, disse.

Déficit zero

Alckmin ressaltou que o governo está preocupado com a responsabilidade fiscal e a meta para este ano é ter déficit primário zero, ou seja, o governo não gastar mais do que arrecada. “Temos um tripé importante para a economia que são juros, câmbio e imposto. O câmbio está bom. Em torno de R$5 é competitivo e ajuda na exportação, tanto é que ano passado tivemos recorde na exportação: 340 bilhões de dólares. Com isso, enquanto o volume de exportação no mundo cresceu 0,8%, o Brasil elevou esse indicador para 8,6%, com grande saldo de balança comercial”.

Apesar do imposto ser alto, o ministro disse que a reforma tributária aprovada no primeiro ano do governo Lula vai ajudar o Brasil, porque vai contribuir para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e tornar a economia eficiente. Sobre juros, ele destacou que estão ocorrendo reduções graduais feitas pelo Comitê de Política Monetária (Copom). “Vamos buscar boas soluções para que a economia possa crescer forte, como ocorreu no ano passado, quando registro um aumento praticamente de 3% do PIB, e de maneira sustentável”.

O vice-presidente destacou, ainda, que, no caso de Minas Gerais, há um importante parque farmacêutico que receberá financiamento na área de inovação para que possa lançar novos produtos. Em relação aos fertilizantes para produtos agrícolas de proteína vegetal e animal, ele destacou que o Governo Federal instalou o Conselho de Fertilizantes para diminuir a dependência externa, já que atualmente o País importa 70% do fosforo, 85% do nitrogênio e 95% de potássio.

 

Por: Agência Gov

Edição: Luciana Melo